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  • Foto do escritorJéssica Caroline

Wonderland: nem sempre um elenco de sucesso significa qualidade


Wonderland é um filme sul coreano lançando em 2024 que chegou recentemente a Netflix.


Protagonizado por nomes como Park Bogum, Suzy, Choi Wooshik, Tang Wei, Gong Yoo e Jung Yumi.


Todos os personagens são ligados pelo Wonderland, um programa/aplicativo de IA que recria pessoas que já faleceram ou estão em estado considerado de morte permitindo que seus entes queridos possam conversar e compartilhar o dia a dia através de uma tela.


O filme de quase duas horas tem várias histórias, algumas principais e outros paralelas. As histórias principais são a de Jeongin e Taejoo, vividos respectivamente por Suzy e Park Bogum.


Jeongin é uma comissária de bordo cujo namorado está inconsciente em um hospital. Ela contrato o serviço de Wonderland para "reencontrar" o namorado. Mas depois de algum tempo, Taejoo milagrosamente acorda e Jeongin vai ter um confronto interno para lidar com o perfeito e irreal Taejoo criado por inteligência artificial e o imperfeito e novo Taejoo da realidade.


O segundo arco principal é o de Bai Li (Tang Wei). Bai Li é uma mulher que sempre viveu para o trabalho, sem tempo para a filha pequena que fica sempre aos cuidados de sua mãe. Quando sabe que vai morrer, Bai Li assina o programa para que sua filha não sinta sua falta.


Outras histórias secundárias são da avó que não mede esforços para paparicar o neto recriado no programa. Os pais de Haeri, a criadora do programa e Hyeonsu, o sócio/auxiliar de Haeri que acredita que um dos usuários falecido do programa é seu pai.


Histórias interessantes sobre vida e morte, sobre despedidas, sobre a dor da perda de pessoas que muito amamos e para a qual nunca estamos preparados. Mas que se perdem e perdem o potencial não sendo bem executadas e cujos objetivos ficam sem sentido.


Wonderland é a prova de que bons atores, qualidade de produção e história com potencial não são suficiente para construir um bom desenvolvimento e conectar aqueles que assistem.


Sentimentos de saudade e perda alcançam a vida de todos em algum momento, por isso, histórias histórias essa temática precisam ter sensibilidade ao tocar nesse tipo de assunto. E isso até que é bem executado, mas com qual objetivo?


Duas horas não são suficiente, nesse caso em específico para responder essa pergunta e todas as outras que fazemos ao longo do desenvolvimento da trama. De onde surgiu a ideia do Wonderland? Porque foi criado? O que levou uma mulher que perdeu os pais a criar um programa de inteligência artificial para reencontra-los? O que leva todos aqueles personagens a também assinarem o serviço?


A resposta pode parecer simples: saudade daqueles que amavam e perderam. Mas numa história como essa, responder só essa pergunta não é suficiente.


Toda a bagagem que vem a partir desse sortimento, se perde porque simplesmente ninguém faz uso disso. Os sentimentos conflitantes para aqueles que ficaram. O sentimento de vazio que os domina quando a tela é desligada e eles precisam conviver com a vida real.


Outro ponto é o uso da inteligência artificial. Até onde isso é bom e quais são as implicações de um sistema estar tão infiltrado em nossa realidade? Até que ponto é possível separar realidade do virtual?


Ainda falando de inteligência artificial. Temos ainda a personagem Bai Li que aos poucos começa a tomar consciência de que não é real, de que na verdade é um programa de computador. Um sistema tomando consciência de que é um sistema, de que não é real. Uma temática digna de filmes sci-fi, que não precisava ser assustadora aqui, mas poderia abrir uma discussão sobre máquinas, computadores, sistemas criados pelo homem tomando consciência de si mesmo como existente em uma realidade.


Em meio à tantas perguntas que ficam sem resposta e espaço para reflexão. Fica difícil compreender aonde aquela história vai chegar.


Conteúdo exclusivo.

Não retirar sem os devidos créditos.

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