A indústria do K-pop, conhecida mundialmente por produzir artistas de enorme sucesso, esconde bastidores marcados por um regime de treinamento rigoroso. Jovens aspirantes passam anos como trainees, submetidos a horários intensos de prática, regras estritas e muitas vezes, condições que levantam questões sobre exploração.
Para muitos, o treinamento começa na adolescência, com uma rotina que pode chegar a 18 horas diárias. Além de ensaios de canto e dança, os trainees também têm aulas de atuação, idiomas e até etiqueta para preparar-se para as exigências do mercado internacional. No entanto, a pressão vai além das habilidades artísticas. As agências impõem padrões rígidos de aparência, especialmente no que diz respeito ao peso. Muitos trainees enfrentam monitoramento constante de sua dieta, sendo obrigados a manter um índice de massa corporal (IMC) baixo, independentemente do impacto na saúde física e mental.
Essas regras de controle de peso são amplamente criticadas, já que muitas vezes resultam em distúrbios alimentares e problemas de saúde a longo prazo. O foco excessivo na aparência estética faz parte do esforço das agências para moldar uma imagem “perfeita” para o público, mas contribui para um ambiente de trabalho onde a saúde dos trainees fica em segundo plano.
Além disso, os contratos podem durar de três a sete anos, e durante esse período, a liberdade pessoal dos trainees é limitada. Relatos indicam que eles têm pouca ou nenhuma autonomia sobre o uso de redes sociais e não podem manter relacionamentos amorosos, tudo sob o pretexto de manter a imagem pública intacta.
Embora o sucesso de grupos como BTS e BLACKPINK mostre que há recompensas para aqueles que conseguem superar os desafios, é inegável que o caminho até o estrelato no K-pop pode ser extremamente árduo. Com críticas cada vez mais fortes à exploração na indústria, há uma crescente pressão para que as agências coreanas ofereçam melhores condições de trabalho e cuidados aos seus trainees.
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