THE VEIL: teorias da conspiração e serviço secreto

O blockbuster de quase 70 milhões de reais, produzido pela MBC, dirigido por Kim Sungyong e roteiro de Park Seokho foi ao ar entre 17 de setembro e 23 de outubro de 2021, sendo composta por 12 episódios de pouco mais de uma hora, cada.

A história acompanha Han Jihyuk (Namkoong Min), um agente especial do Serviço Nacional de Inteligência (NIS) da Coreia do Sul, encontrado um ano após seu desaparecimento por policiais da guarda costeira em um navio de tráfico de órgãos.

De volta ao seu ambiente de trabalho, enquanto é examinado e readaptado ao mundo em que vivia numa equipe de apoio dentro da Equipe de Informações de Crimes, vamos entendendo como o agente Han acabou naquela situação inicial, e como sua volta é de extrema importância para várias figuras dentro da agência.

Como a subcomissária Do Jinsook (Jang Youngnam), a comandante do grupo de Inteligência Internacional, e sua superior e o subcomissário Lee Inhwan (Lee Geungyoung), que comanda o grupo de Inteligência Nacional. Ambos, percebemos ao longo da história, se mostram inimigos declarados, com ideais opostos. Para completar, com a volta do agente Han, considerado uma lenda do serviço secreto, as coisas na equipe da subcomissária Do Jinsook, que o agente integra, começam a desandar e seu colega de trabalho e ao mesmo tempo rival, obviamente vai se aproveitar de todas as suas falhas para sair na frente.

Outros personagens são o Diretor Kang Pilho (Kim Jongtae), que havia selecionado Han para a missão do ano anterior que resultou no seu desaparecimento e na morte de seus parceiros; o braço direito da subcomissária Do, o agente Ha Dongkyun (Kim Dohyun), uma figura um tanto controversa, que gera algumas dúvidas a princípio, mas que se mostra de grande valia para o nosso protagonista desmemoriado em alguns de seus momentos de necessidade; e Seo Suyeon (Park Haseon), uma ex-integrante da equipe de Han que mantinha um relacionamento com um de seus parceiros, e lhe pressiona por respostas desde a sua volta.

O problema é que o próprio agente Han Jihyuk não se lembra de qualquer acontecimento do último ano desde sua missão chinesa que culminou em uma série de consequências desastrosas como: o vazamento de uma lista ultrassecreta de agentes especiais; a morte de seus dois parceiros, Kim Dongwook e Oh Kyungseok, e inclusive, seu próprio desaparecimento.

A única coisa que ele sabe é que há um traidor dentro de sua agência, mas para descobrir quem é, terá que começar sua caçada do zero, enquanto trava uma batalha interna para separar o que é real e o que é fruto de sua imaginação, devido as alucinações que ele passa a ter enquanto está acordado.

E ele começa pela Gangue Huayang, uma gangue chinesa, supostamente liderada por um homem chamado Hwang Mosool (Sung Nojin). Conforme investiga a Huayang, Han descobre que a fuga da gangue da China para a Coreia do Sul se deu por questões políticas e agora ela está tentando se instalar no país com um novo esquema de distribuição de drogas. O problema é que essa gangue e seu líder, são apenas a ponta do iceberg.

Conforme retoma lentamente as memórias em lapsos, novas figuras vão aparecendo na corrida do protagonista, como sua nova parceira de trabalho, Yoo Jeyi (Kim Jieun), que também esconde um passado: seu pai, havia sido um importante agente do NIS que misteriosamente desapareceu anos atrás sob as mesmas circunstâncias do agente Han, exatamente por isso, ela fez questão, de entrar na mesma agência do pai para investigar esse desaparecimento trabalhando diretamente com Han.

Outro personagem que também entra para causar confusão é Chang Chunwoo, o único agente internacional que permaneceu na ativa depois do vazamento da lista com o nome de todos os agentes do NIS no mesmo período em que a equipe de Han falhava em sua missão. E a jornalista Jung Kisun, ligada indiretamente à agência nacional que havia se infiltrado na Coreia do Norte e coletado informações de interesse direto de figuras importantes dentro da política.

Todos esses personagens, no fim das contas, são peças fundamentais no quebra-cabeça da história que pouco a pouco vão sendo descobertos e se encaixando, para chegar até a Sangmuhoe e Baek Mosa. O primeiro é uma misteriosa organização privada e secreta, liderada por agentes aposentados do NIS com diversos integrantes, dentro e fora da agência, cujo principal objetivo é muito mais complexo e bem articulado do que o agente Han possa imaginar. E o segundo, um inimigo em especial, que tem relação com a agência de segurança, e está disposto a qualquer coisa para acertar as contas com antigos conhecidos.

“The Veil” também faz uso de muitas cenas de ação, sejam em lutas corpo a corpo, trocas de tiro ou perseguições alucinantes em meio ao trânsito da movimentada Seul. Além disso, permite, para quem gosta de tecnologia da informação, por exemplo, uma boa imersão na poderosa agência e alguns de seus programas e métodos, de início, criados para o bem, mas que passam a ser usados para alterar a realidade como o “Deep Fake”, um programa que pode alterar a imagem de uma pessoa em qualquer vídeo, inclusive em tempo real, sem chances de se descobrir a alteração; programas de hackers que derrubam qualquer sistema; e a utilização de empresas privadas que, literalmente, roubam informações de dados das pessoas para interferir nas decisões e destino do país.

Em resumo, “The Veil” é uma série maravilhosa para quem gosta de histórias com espionagem e teorias da conspiração, usando de mentiras, mistérios e enganações dentro da própria Agência Nacional de Inteligência, através de seus integrantes de alto escalão em suas relações de poder, fazendo uso de toda tecnologia e inteligência ao alcance para seguir aos interesses deturpados de quem verdadeiramente comanda a instituição. Enquanto o protagonista, o agente Han Jihyuk retorna dos mortos sem qualquer memória dos acontecimentos fundamentais que ele havia descoberto em sua última investigação para desmascarar os males enraizados de sua agência.

Confira o trailer logo abaixo: