Em setembro de 2023, a SM Entertainment celebrou 30 anos de história. Recentemente a empresa lançou um vídeo especial intitulado "THE CULTURE - SM ENTERTAINMENT 30th Anniversary Brand Film", disponível no YouTube para celebrar os sucessos lançados ao longo dos anos que marcaram diferentes partes e períodos da vida dos seus fãs. O vídeo trouxe uma retrospectiva emocionante de três décadas de uma das maiores potências do K-pop, responsável por moldar a indústria com inovações musicais, visuais e performances que influenciaram o cenário global. Entretanto, apesar de ser responsáveis por boas memórias seus ouvintes e telespectadores parecem não esquecer do passado obscuro que a empresa também carrega.
Desde o seu início em 1995, a SM Entertainment estabeleceu um modelo de produção de ídolos que se tornaria referência. O fundador Lee Soo-man teve uma visão clara: transformar o K-pop em um fenômeno global. E, de fato, conseguiu. O conceito de “treinamento de ídolos” foi lapidado pela SM, com rigorosos programas de treinamento vocal, de dança e de atuação, criando ídolos que não só cativaram a Coreia, mas também conquistaram fãs ao redor do mundo. Com hits como "Sorry, Sorry" do Super Junior, "Gee" do Girls’ Generation e "Growl" do EXO, a SM marcou a história da música coreana. Esses sucessos não foram apenas números um nas paradas, mas influenciaram o som e a estética do K-pop, criando ondas que se espalharam internacionalmente.
O vídeo de 30 anos da SM Entertainment celebra seu vasto impacto e legado no K-pop, mas, para muitos, foi impossível assistir sem uma mistura de sentimentos. Por um lado, o orgulho de ver como seus artistas favoritos brilharam nas últimas décadas. Por outro, a lembrança constante de como alguns desses mesmos artistas sofreram nas mãos de um sistema que ainda tem muito a melhorar.Os comentários no vídeo refletem esse misto de nostalgia e crítica. “Se não fosse a SM, eu nunca teria conhecido meus grupos favoritos,” disse um fã. Outro comentou: “Eles construíram um império, mas a que custo? É difícil esquecer o que muitos desses ídolos passaram.”
Ao longo dos anos, a SM Entertainment enfrentou duras críticas sobre como tratava seus artistas. Contratos extremamente longos, conhecidos como “contratos escravos”, foram uma das primeiras polêmicas a explodir na mídia. O caso mais notório foi o do TVXQ, grupo de enorme sucesso no início dos anos 2000. Em 2009, três membros do grupo entraram com um processo contra a SM alegando contratos abusivos e falta de transparência financeira. O desfecho deixou uma marca profunda na imagem da empresa. Outros casos envolveram membros do EXO, como Kris, Luhan e Tao, que deixaram o grupo em meio a disputas legais semelhantes. As duras condições de trabalho, aliadas à pressão para manter uma imagem perfeita, levaram muitos ídolos a deixarem a empresa ou expressarem exaustão mental e física. Além disso, a SM foi alvo de críticas por não lidar adequadamente com a saúde mental de seus artistas. A trágica perda de Jonghyun do grupo Shinee e Sully do grupo f(x), trouxe à tona discussões sobre a pressão esmagadora que os ídolos enfrentam. Muitos fãs se perguntaram se a SM, e outras empresas da indústria, estavam fazendo o suficiente para apoiar a saúde mental de seus artistas.
É inegável que a SM Entertainment transformou o K-pop em uma potência global, mas sua história também é marcada por controvérsias que os fãs não podem ignorar. Ao celebrar o sucesso e a inovação, também é necessário refletir sobre o impacto humano desse sucesso, lembrando que por trás de todo ídolo há uma pessoa que merece ser tratada com respeito e dignidade.Em seus 30 anos, a SM criou memórias inesquecíveis e proporcionou uma trilha sonora para gerações de fãs. Agora, a pergunta é: o que o futuro reserva para a SM e para a indústria do K-pop como um todo? Só o tempo dirá se a empresa aprenderá com seus erros passados e construirá um futuro mais saudável para seus artistas e sua audiência global.
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