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Foto do escritorBarbara Barbosa

I.A: O futuro do K-Pop ou desumanização dos idols?


A presença de Inteligência artificial já é uma realidade no mundo. Seja em áreas de pesquisa, auxiliar a escrita ou até uso próprio para entretenimento, todos já entraram em contato alguma vez com I.A. Mesmo assim, há muitos debates acerca de como usá-la de forma ética e correta, já que implica na nossa realidade e futuro. No K-Pop, isso não seria diferente. 

    

No ano passado, o MAVE, girl group feito 100% de inteligência artificial, debutou. O seu comeback mais recente foi realizado há 3 meses atrás com a música ‘What’s my Name’, que conta com 11 milhões de visualizações no youtube. 


   

O MAVE é composto por quatro integrantes feitas por I.A, e no seu canal de youtube, elas têm vídeos interativos para as pessoas conhecerem mais cada uma, vlogs e até dance practices. Porém não sabe-se quem está por trás das vozes das bonecas e quem ajuda a realmente dar “vida” nessas idols.

Quem acompanha, sabe que a pressão sob os idols de serem perfeitos é enorme. No K-pop a ideia de que os cantores são propriedade dos fãs é a fonte primária para venda. O gênero sabe muito bem fazer o marketing certeiro para criar uma relação parassocial intensa com os fãs, o que inicia um processo de desumanização dos idols passando a serem vistos como produtos. 

    

Os rumores de namoro são a prova perfeita disso, quantos idols já foram cancelados por estarem namorando alguém? O caso mais recente, é o relacionamento da idol Karina (aespa) e do ator Lee Jae Wook. Os dois começaram a sair depois de se conhecerem num fashion show da Prada no começo do ano. Enquanto alguns fãs ficaram felizes com a notícia, outros enviaram caminhões para a frente da SM Entertainment alegando que ela teria traído os fãs e que o amor que ela sentiria por eles era falso. Existe também o caso do Chen do EXO, que quando se casou, alguns fãs constantemente pediam a sua remoção do grupo e exigiam que ele parasse de usar a aliança em público. 

      

Além do mais, idols são cobrados tanto por parte da empresa quanto de alguns fãs a serem perfeitos, isso inclui várias polêmicas como não beber ou não fumar – ainda que os coreanos em si tenham uma forte cultura de bebida e de fumo. Idols não podem errar, e devem se esforçar até o último momento. Também devem ser perfeitos fisicamente. É isso que o mercado espera deles, ao invés de seres humanos, esperam uma mercadoria. 

      

Mas, e se tivesse alguma forma de fazer um idol perfeito? Um que não erre, que não tenha risco de se envolver em polêmicas e ser perfeito? É aí que entra a inteligência artificial: criando um idol perfeito, tanto esteticamente falando, como também suas habilidades de canto. 



A grande questão é não só a substituição de humanos por algo falso, gerado por computadores – que por sinal pode se popularizar no futuro –, mas sim, a desumanização de idols. Com essa prática, é claro que idols comuns não conseguiriam competir com algo artificial. E mesmo que hoje em dia grupos como MAVE ainda seja claramente artificial, daqui a alguns anos, essa tecnologia pode ficar incrivelmente realista. Fisicamente falando, os grupos feitos por IA são uma combinação de diversos idols e o corpo magro, no caso do girl group com curvas, como a indústria pede. Fora isso, um time por trás que canta bem e não vai passar por gafes de perder o fôlego enquanto performa por não estarem performando de fato com danças elaboradas. Torna-se então um ciclo vicioso de perfeição não equiparável para idols comuns, e caso faça sucesso, uma fonte de dinheiro imensa. 

      

Novamente, isso é um caso preocupante, já que se a indústria não muda a sua visão acerca dos idols, não há motivos para que essa prática seja vista como positiva de alguma forma. Além disso, invisibiliza as reais pessoas que estão por trás fazendo os vocais, o rap e que assim como os idols reais que já fazem sucesso, não podem competir com uma inteligência. 


Conteúdo exclusivo.

Não retirar sem dos devidos créditos!

     


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