A greve dos médicos estagiários na Coreia do Sul, iniciada em 19 de fevereiro, está causando sérias interrupções nos cuidados de saúde em todo o país. O movimento de protesto foi desencadeado pela decisão do governo de aumentar drasticamente o número de vagas nas escolas de medicina para o próximo ano, o que gerou reações negativas entre os profissionais da área médica.
Para lidar com a crescente demanda por serviços de saúde em meio à greve, o Ministério da Defesa anunciou que hospitais militares em todo o país abriram suas portas ao público em grande escala a partir de meados de fevereiro. Desde então, mais de 700 civis foram atendidos nesses hospitais. Segundo o ministério, até sexta-feira, 768 pacientes civis haviam visitado hospitais militares, sendo 397 tratados no Hospital Capital das Forças Armadas em Seongnam, ao sul de Seul. Entre os atendimentos, 138 pacientes foram operados ou hospitalizados, incluindo 66 que precisaram de cirurgias de emergência.
Em resposta à greve, o governo propôs uma medida de compromisso que daria às universidades autonomia para decidir sua cota para faculdades de medicina, variando entre 50 e 100 por cento para o ano acadêmico de 2025. No entanto, essa proposta foi rejeitada pela Associação Médica Coreana (KMA), o maior grupo de lobby para médicos do país, que considerou a medida insuficiente para abordar questões fundamentais. A KMA afirmou em comunicado que a proposta do governo não representava uma solução real para os problemas enfrentados pelo sistema de saúde.
O impasse entre o governo e os médicos estagiários continua, com a recusa da KMA a aceitar a proposta e a continuidade da greve. Enquanto isso, hospitais militares têm desempenhado um papel crucial para manter o atendimento de emergência, com o primeiro-ministro Han Duck-soo destacando a experiência desses hospitais no tratamento de traumas graves e prometendo medidas adicionais para apoiar os pacientes.
Com a greve dos médicos estagiários em curso e a rejeição da proposta de compromisso pelo principal grupo médico do país, a crise na saúde coreana parece estar longe de uma resolução, exigindo negociações mais profundas para encontrar um caminho para a estabilidade no setor de saúde.
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