Um dos motivos das pessoas gostarem tanto do K-pop é sua capacidade de reinventar a cada comeback anunciado. Os grupos sempre buscam inovar com seus diferentes conceitos e existe um em específico que atrai a atenção do público e que é bastante utilizado e esse é o conceito sexy. Mais comum em grupos femininos, o conceito utiliza uma sensualidade na música com ritmos envolventes e coreografias ousadas associados com vestuários que mostram bastante pele. Grupos como AOA, com o sucesso "Miniskirt" e Girl's Day com o icônico "Something" se tornaram famosos pelo uso do conceito, porém nos últimos meses idols de K-pop tem sido alvo de notícias pelo uso do conceito sexy usado de um modo um pouco diferente. Depois de não ter alcançado o sucesso na indústria, idols femininas tem usado sua sensualidade como ganha pão em plataformas de serviço de conteúdo por assinatura. Será esse uma nova tendência entre ex-idols de K-pop?
Todo mundo já deve ter percebido que a sociedade coreana é formada por um grande conservadorismo e pode ser um tanto controvérsia quando se trata desse assunto. Ao mesmo tempo que idols vendem uma imagem de inocência e perfeição, onde uma mera demonstração de afeto com o sexo oposto pode virar um escândalo, a mesma indústria possui uma "brecha" onde esses mesmos idols fazem dinheiro e sucesso com a sexualização. Mas onde fica o limite entre um êxito como "Hush" do Miss A e um duramente criticado "Vibrato" do Stellar? Sendo uma diferença em investimento ou público alvo existe uma linha tênue entre o sexy chic e o sexy trash. O problema maior é quando uma empresa muda totalmente o conceito de um grupo ou só o produz com um objetivo: lucrar. Muitas dessas idols não se sentem confortáveis em desempenhar esse tipo de estilo e são muitas vezes convencidas a passar por isso com promessas de sucesso. Entretanto, existem aquelas que se sentem confortáveis e desempenham muito bem o papel, infelizmente não são todas que obtêm sucesso e acabam utilizando dessa faceta para se sustentar após o fracasso na indústria.
Bomi, ex-integrante do grupo Girl Crush virou notícia na semana passada por ter se tornado a primeira idol a integrar o OnlyFans, site popular na indústria de entretenimento adulto, mas que também hospeda criadores de conteúdo de outros gêneros.
'Eu abri meu OnlyFans, você pode se inscrever por US$ 15. Uma foto sexy e uma fancam serão enviadas!'
Bomi, via twitter.
A carreira de Bomi no grupo Girl Crush Girl Crush começou como um grupo de dança em 2016 antes de decidirem estrear como um grupo de K-pop. Com a ajuda do crowdfunding, o grupo debutou em 2019 com o single, com coreografia e visuais atrevidos, ‘Memories’. Depois disso, eles lançaram covers de músicas como 'Rollin' do Brave Girls, 'Kream' de Iggy Azalea . Devido às suas performances ousadas e sedutoras, e roupas reveladoras seu covers alcançavam bons números no Youtube, 'Kream' acumulou quase 886 mil visualizações, enquanto sua versão sexy de 'Rollin' tem 1,3 milhão de visualizações. Apesar do grupo ter anunciado um comeback para 2021, até o momento não houve nada lançado.
Em 18 de março, Bomi, que é a dançarina principal e rapper do grupo, lançou uma conta OnlyFans 'girlcrushfancam'. Foi ela quem ajudou na formação do seu grupo e foi parcialmente responsável por trabalhar no seu conceito e imagem. Com o conceito do Girl Crush sendo sensual, os membros regularmente fazem postagens e vídeos em roupas sensuais e seus fãs parecem estar dando apoio na nova empreitada de Bomi, estão animados e confortáveis comn suaa conta OnlyFans, já que não parece que ela foi forçada a fazê-lo, muitos dizem compreender a escolha já que o sucesso no K-pop é tão difícil de se alcançar.
Outra idol que chamou atenção dos holofotes pelo seu novo rumo de carreira foi Ahn Somyi ex-integrante do grupo feminino DIA, depois de anos de vendas em declínio que viram seus últimos singles alcançar a mesma se tornou modelo de webcam na plataforma PandaTV similar ao OnlyFans, logo após anunciar sua saída. Até agora, os streams de Somyi consistem no fato dela ser uma ex-idol do K-pop conversando com os fãs e realizando coreografias em roupas justas e decotadas. Apesar do choque de sua drástica mudança de carreira, a maioria dos fãs de DIA apoiaram Somyi nas mídias sociais.
O grupo DIA, estreou oficialmente em 2016 tem lutado, até então, para encontrar popularidade no cenário musical de idols da Coreia do Sul. Somyi foi adicionada à formação do grupo em 2017, quando ela tinha apenas 17 anos e participou de um de seus únicos sucessos, 'Will You Go Out With Me?', que alcançou o número 78 nas paradas. Ela apareceu anteriormente no reality show The Unit, onde ídolos de K-pop competiram para se tornar parte de um novo grupo, mas ela por pouco perdeu a formação final. A maioria dos fãs suspeitaram que Somyi havia saído do DIA quando ela não foi vista com o grupo por quase dois anos. Sua ausência foi praticamente confirmada quando ela não apareceu com suas colegas de grupo quando comemoraram seu sexto aniversário. Em 9 de janeiro, sua gravadora confirmou que havia rescindido seu contrato e deixou de segui-la na conta oficial do DIA no Instagram.
Como era de ser esperado, nem todos concordam com a nova carreira das meninas. Algumas pessoas opinam alegando que as artistas estariam "vendendo seu corpo e dignidade por dinheiro". Ao mesmo tempo, muitas pessoas afirmaram que elas estão vestindo roupas que qualquer um que vá a boates usaria e "Desde que ela esteja confortável, não sendo forçada ou pressionada, e se divertindo fazendo essas coisas bobas, então o que há de errado?". O fato é que as duas já são maiores de idade, tendo Bomi 25 anos e Somyi 21, então legalmente elas já são responsáveis pelos seus atos e o fato de não estarem ligadas a nenhuma empresa conclui o pensamento de que elas escolheram esse novo caminho de trabalho por vontade própria e aparentemente elas ganham mais do que já foram capazes de ganhar na industria do K-pop. O lado problemático desse tipo de conceito surge, quando muitas empresas de K-Pop, que estão cientes de que o sexo vende, pressionam seus ídolos femininos a performarem algo que as próprias não se sentem confortáveis. A indústria do K-pop é cruel, mais consegue ser ainda mais com as mulheres.
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