The Sound of Magic é o novo drama original da Netflix que está prestes a estrear. O drama de magia conta a história de Yoon Ah Yi e Na Il Deung dois jovens estudantes do ensino médio passando pelas dificuldades e dúvidas desse momento tão decisivo de suas vidas e de um mágico chamado Lee Eul que vive em um parque de diversões abandonado.
Ahyi vive uma vida muito difícil, sozinha, ela trabalha em empregos de meio período para sustentar a si mesma e sua irmã mais nova. Seu pai a abandonou depois de se atolar em dívidas e sua mãe também desapareceu no mundo. Enfrentando todo tipo de humilhação, tudo que ela deseja é se tornar adulta o mais rápido possível. E durante esse seu trajeto ela abdica de todos os seus sonhos.
Já Ildeung é um jovem rico que, aparentemente, tem todo o caminho a sua frente traçado. Ele é rico, bonito, inteligente e para todos a sua volta tem a vida perfeita, mas conforme vamos o conhecendo, percebemos que ele vive em uma prisão sem muros feita pelas expectativas dos pais e da sociedade para que ele seja sempre perfeito.
Mas a vida de Ahyi e Ildeung muda drasticamente quando eles conhecem Lee Eul, um mágico que insiste que faz magia de verdade. E ele quer fazer com que Ahyi volte a acreditar em magia, como acreditava quando era criança ao mesmo tempo que, sem querer, desperta um sentimento novo em Ildeung que decide buscar pela sua libertação.
The Soung Of Magic é baseado no manhwa Annarasumanara de Ha Il-Kwon lançado em 2010 com 3 volumes e 27 capítulos. A história é super recomendável e com certeza sua leitura vai trazer diversos sentimentos de identificação; e em alguns momentos será impossível não se pegar sorrindo para os personagens diante de seus olhos.
Destaco ainda a forma visual da história, contada toda em preto e branco, o autor fez questão de destacar apenas elementos especiais com cores vibrantes e/ou imagens realistas sobre o desenho, com a intensão de chamar o leitor para a importância daquele detalhe no contexto do diálogo.
Aqui nossa protagonista se chama Yoon Ahee, uma garota que perdeu toda a magia e o desejo de sonhar diante de todas as dificuldades que enfrentou e ainda enfrenta na vida. Até que ela se depara com o misterioso mágico do parque chamado R, e a partir daí ela passa a questionar tudo em que acredita até o momento.
E mesmo considerando toda a fala do mágico sobre magia de verdade, Ahee se vê em diversos momentos com o mágico, seja porque ela está em apuros ou porque vai encontrá-lo no parque abandonado e mesmo considerando que R é realmente um louco, as palavras dele começam a fazer certo efeito nela.
R, cujo nome verdadeiro é Ryu Minhyuk, é um personagem que desperta em muitos momentos, sentimentos melancólicos em nós, leitores. Apenas ao final da leitura conhecemos sua história e como ele chegou aonde chegou, mas desde o início percebemos que apesar de adulto, ele ainda é como uma criança. Toda a pressão psicológica que ele sofreu durante os últimos anos de escola para ser sempre perfeito, fizeram com que ele desmoronasse.
Por conta disso ele começou a ouvir vozes que sempre cobravam mais e mais dele, o que para as pessoas a sua volta foi suficiente para que ele fosse taxado como louco. Mas seu surto, na verdade foi como uma espécie de libertação para que ele pudesse ser livre pela primeira vez e viver seus sonhos, já que a ideia de se tornar um adulto como as pessoas exigiam dele se tornou algo assustador e difícil de suportar.
Seu passado, porém, se repete no personagem Ildeung que caminha pela mesma estrada infinita que R caminhava no passado. Agora é ele quem sofre com a maldição do filho perfeito, que vive uma vida moldada por regras ditadas por outras pessoas numa corrida sem fim e solitária onde sempre lhe é cobrado o primeiro lugar ou a melhor posição, sem nunca ter a oportunidade de realmente saber o que deseja.
Ildeung é sem dúvida o personagem que mais evolui na história, e isso pode ser retratado, inclusive na sua aparência: quando sua visão se transforma e ele decide lutar por aquilo que ele quer ser ou fazer, sua aparência física também muda.
As ideias lúdicas de perseguir borboletas para encontrar o jardim florido vem desses dois últimos personagens: R, o mágico e Ildeung que viveram tanto tempo correndo, sem olhar a paisagem em volta, que precisam de um lugar particular que possam admirar e encontrar quem realmente são.
R chegou ao seu limite e por isso as consequências se tornaram muito maiores, não havendo mais chances de volta, mas seus aprendizados foram uma lição para que Ildeung encontrasse o seu equilíbrio. Além disso, os três personagens nos mostram que percorrer a estrada é necessário, mas sem deixar que o excesso ou a pressa nos domine a ponto de não vermos o jardim florido ao longo de todo o caminho.
Afinal se esforçar descontroladamente apenas para se encaixar nos padrões cada vez mais elevados que a sociedade impõe não é o caminho ideal nem garante felicidade ou descanso, assim como viver apenas fazendo aquilo que gosta gera suas consequências. Por isso é necessário um equilíbrio, para não ir rápido demais, nem se perder no tempo.
E o que podemos esperar da série original Netflix que irá liberar os 6 episódios completos no dia 06 de maio (também conhecido como amanhã) é ainda mais magia e encanto nessa história sobre sonhos e mágica de verdade.
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O link para ler o manhwa em português não está a funcionar TT.