O K-pop cresceu de forma impressionante ao redor do mundo, atraindo milhões de fãs fora da Coreia do Sul. No entanto, quando surgem polêmicas envolvendo idols, as empresas de entretenimento raramente levam em consideração as opiniões dos fãs internacionais. Elas focam principalmente nas reações dos fãs coreanos, que têm um impacto muito maior nas decisões das empresas. Isso fica evidente na forma como essas empresas lidam com controvérsias, priorizando o clamor local.
Embora os fãs internacionais representem uma parte significativa do consumo de produtos e conteúdos de K-pop, eles não exercem a mesma pressão econômica e cultural que os fãs locais. As empresas de entretenimento na Coreia do Sul estão profundamente enraizadas em uma cultura que valoriza as reações do público doméstico. Por exemplo, fãs coreanos e chineses tendem a gastar mais em produtos físicos, como álbuns e mercadorias, e essa diferença é crucial, já que os lucros dessas vendas impactam diretamente as finanças das empresas.
Um exemplo recente que ilustra essa dinâmica é o caso de Seunghan, ex-membro do grupo RIIZE. Após notícias de seu retorno ao grupo, ele enfrentou protestos de fãs coreanas que não apoiaram sua volta. Elas se mobilizaram, ameaçando boicotar o grupo e enviaram coroas de flores à empresa pedindo a saída do idol da SM Entertainment, o que resultou em uma queda significativa nas ações da companhia. Esse episódio evidenciou como os fãs locais podem afetar diretamente as decisões das empresas, enquanto as vozes internacionais, mesmo numerosas, não têm o mesmo peso na hora de influenciar o mercado e a imagem pública de um idol.
As empresas de K-pop operam em um ambiente onde a opinião pública molda rapidamente a percepção de um artista. Embora os fãs internacionais possam demonstrar apoio, sua capacidade de gerar uma resposta financeira imediata é limitada, devido à distância geográfica e à falta de organização em protestos comparáveis aos dos fãs locais. Em contraste, quando os fãs coreanos expressam descontentamento, seja por boicotes ou manifestações, as empresas precisam agir rapidamente para proteger sua imagem e investimentos.
Além disso, as barreiras culturais entre os fãs internacionais e as empresas coreanas são significativas. Questões que são vistas como normais ou até desejáveis em outros países, como relacionamentos amorosos de idols, costumam ser tratadas com mais rigor na Coreia do Sul. As empresas seguem um modelo tradicional que prioriza a imagem pública dos idols, vistos como ícones e muitas vezes como representações do ideal de perfeição coreano. Isso cria um abismo entre o que os fãs internacionais desejam e o que as empresas consideram necessário para manter sua relevância e valor no mercado.
À medida que o K-pop continua a ganhar popularidade global, as empresas de entretenimento precisam reconhecer a importância de ouvir os fãs internacionais, que desempenham um papel fundamental na expansão do gênero. Contudo, até que haja uma mudança na forma como essas empresas lidam com as opiniões de fãs fora da Coreia, sua influência continuará sendo limitada. É essencial que as empresas compreendam que a comunidade global de fãs é uma força significativa que pode contribuir para o crescimento e a sustentabilidade do K-pop no cenário internacional.
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