Mais uma semana atualizando alguns kdramas e me deparo com mais um que escolheu abordar o tema delicado de desertores do país norte coreano.
Inúmeros filmes e dramas já abordaram essa relação instável das nações que já foram uma só. No primeiro episódio do drama "Dr Romantic 3", que voltou na sua terceira temporada semana passada, os doutores entram em uma luta contra a biologia e a política para salvarem desertores norte coreanos que foram encontrados lesionados em um barco em território sul coreano pela marinha do país. Apesar da dramatização dos acontecimentos por motivos óbvios, isso me fez pensar em algo que não tinha considerado antes profundamente...até agora. Afinal, o que acontece com essas pessoas que fogem da ditadura do norte em busca de uma vida melhor no sul?
Inicialmente, os desertores passam por um período de investigação e interrogatório com o serviço de inteligência. Depois, há três meses em uma instituição chamada Hanawon, um centro educacional de reassentamento administrado pelo governo sul-coreano onde eles podem aprender diversas coisas sobre a sociedade sul-coreana. Eles desenvolvem atividades cotidianas para cidadãos sul coreano, desde como usar um caixa eletrônico até utilizar a moderna infraestrutura de transporte público. Além disso aprendem grandes fundamentos como seus próprios direitos à cidadania e democracia.
Entretanto nem tudo é liberdade, suas vidas no novo país devem ser de algum modo vigiadas, por isso é designado um oficial da policia de onde essas pessoas irão morar na Coreia do Sul, para "checar" se está tudo nos conformes.
O presidente sul-coreano Yoon Suk-yeol, um conservador, que assumiu o cargo há cerca de um ano, prometeu facilitar a vida dos desertores. Um plano que seu governo anunciou no ano passado envolve mais oportunidades de networking para desertores, bem como mais serviços para pessoas de baixa renda. Também fornece consultas aprimoradas para saúde mental, maiores incentivos para empregadores que procuram contratar desertores e sistemas educacionais aprimorados para crianças. Porém. esse plano não revela detalhes sobre o quanto será investido nessa área até então.
Assim que os norte-coreanos chegam, a Coreia do Sul oferece um financiamento inicial de 9 milhões de won (US$ 6.900), treinamento vocacional e subsídios para os empregadores contratarem desertores. Muitos vivem próximos uns dos outros em blocos de apartamentos baratos, muitas vezes os chamados “apartamentos para alugar” de 25 metros quadrados fornecidos pelo governo, quando esse apoio acabar, eles devem se sustentar.
Enquanto de outros países que precisam de ajuda, lutam para se adaptar à vida na Coreia do Sul, o reassentamento dos norte-coreanos deveria, em teoria, ser mais fácil porque eles estão se mudando para um país com língua, cultura e tradições comuns. Mas as décadas de isolamento da Coreia do Norte e a falta de informações sem censura causaram uma grande divergência com a Coreia do Sul, principalmente em termo de empregabilidade. A taxa de desemprego para desertores é cerca de duas vezes a média nacional. Muitos desertores mais velhos mantêm um sotaque norte-coreano, o que os destaca cada vez que falam. Outros carregam cicatrizes como traumas psicológicos ou problemas físicos, como danos nos pulmões devido à extração de carvão em minas inseguras sem equipamento de proteção, outros simplesmente não sabem utilizar um computador.
A solidão faz parte do dia dessas pessoas que tomaram a difícil decisão de fugir e inevitavelmente deixar algumas pessoas para trás. “Muitas vezes choro porque sinto falta da família que deixei para trás... faz cerca de três anos, mas ainda sonho com a Coreia do Norte.” disse Im, desertora norte coreana. Em alguns casos, a partida pode ser fatal para os familiares que não fogem.
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